Os beneficiários do Planserv, sistema de assistência à saúde dos servidores públicos do estado, terão reajuste em até 8% no valor da contribuição. O PL que prevê o aumento foi enviado pelo Executivo e aprovado na tarde desta terça-feira (23) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), com voto contrário da bancada de oposição.
Com a aprovação, a tabela de contribuição será atualizada em 4%, para os servidores com vencimentos até R$10 mil, e em 8%, para os que recebem acima desse valor. Já a contribuição patronal do Estado passará de 2% a 2,5%.
Durante a votação, o deputado Emerson Penalva (PDT) protestou contra a indicação do governo. “É um absurdo o governador Jerônimo encaminhar um projeto com aumento em 4%, a determinado valor de salário, e 8% para outros salários. O Planserv está deixando muito a desejar. Vim protestar em relação a esse aumento. E dizer a vocês, baianos e baianas, que a bancada de oposição vai ser contra esse aumento”.
O deputado Hilton Coelho (Psol) votou contra o projeto e argumentou a inexistência de coerência com a perspectiva de fortalecimento do plano. “Existe uma situação de absoluta falta de transparência do Planserv. Apresentamos um conjunto de emendas, no sentido de retirar as cotas, que acabam empenhando o plano, além da extensão do ponto de vista territorial e das especialidades. Infelizmente o governo rejeitou todas as nossas emendas. E em função de garantir a transparência do plano, nosso voto foi contrário”, justificou.
O líder da bancada governista, Rosemberg Pinto (PT), defendeu o plano e rebateu as críticas ao reajuste do Planserv, afirmando ser a menor participação de um servidor em qualquer plano de saúde do estado. “Esse é um plano de saúde que os servidores não podem perder. É um plano de saúde que orgulha os baianos. Não tem nenhum servidor, principalmente os que ganham um salario menor, que questiona esse plano de saúde”, disse.
Em entrevista exclusiva ao Mercado e Política, Hilton Coelho acusou o governo de faltar com transparência ao delegar ao grupo HapVida a administração do plano de saúde dos servidores do estado. “Só fortalece a falta de transparência do Planserv. Nós temos um plano corporativo e ele passa a ser administrado por um plano privado, o Hapvida, que já é muito questionado pela baixa qualidade do serviço. E estaria no leque dos interessados que o Planserv não venha a dar certo”, reiterou.
Por Bruna Calazans
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