Durante a Operação Verine, realizada nesta manhã (03), por volta das 7h, a Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. As investigações apuram eventuais fraudes no cartão de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Entre os investigados estão o ex-presidente e pessoas próximas. Bolsonaro teve seu celular apreendido e foi intimado a prestar depoimento na sede da PF, ainda nesta quarta-feira.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Até o momento, foram confirmadas as prisões do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Max Guilherme e do capitão do exército Sérgio Cordeiro. Entre os itens apreendidos estão também celulares dos demais investigados e documentos que podem incrementar o inquérito.
Por volta de 9h50, Bolsonaro saiu de casa ao lado de dois advogados e falou rapidamente com a imprensa. “Eu não tomei a vacina, uma decisão pessoal minha depois de ler a bula da Pfizer. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, na Jersey. E a minha filha Laura, que eu respondo por ela, atualmente com 12 anos, não tomou a vacina também, tenho o laudo médico. Eu realmente fico surpreso com uma busca e apreensão com esse motivo. Eu não tenho mais nada o que falar”, disse.
Em nota, a PF informou que está sendo feita a análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso. E acrescentou que “os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores”.
Por Bruna Calazans