Dia do Jornalista e as inseguranças no exercício da profissão

Dia do Jornalista e as inseguranças no exercício da profissão
Dia do Jornalista e as inseguranças no exercício da profissão

Celebrado nesta sexta-feira (7), o Dia do Jornalista é marcado por um cenário de muitos desafios para o exercício da profissão. Em meio ao trabalho de apuração, investigação e informação, os profissionais estão expostos diariamente à desvalorização, tentativas de descredibilização e ataques constantes, que colocam o Brasil entre as nações mais inseguras para o trabalho jornalístico.

O Relatório “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil”, publicado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), aponta um total de 376 casos de violência contra jornalistas e veículos de comunicação no Brasil, no ano 2022. Agressões diretas aos profissionais continuam sendo registradas de forma crescente em todo o país.

Enquanto a descredibilização da imprensa aparece como a violência mais frequente em 2022, ocorrências de ameaças e tentativas de intimidação aparecem na segunda categoria com maior número de registros. Na Bahia, pelo menos 14 jornalistas foram alvo de violência no mesmo ano, liderando entre os estados do Nordeste. Já nos primeiros meses de 2023, ao menos cinco casos foram contabilizados no Estado, destes, dois ganharam repercussão no início do ano, as agressões contra jornalistas e profissionais das equipes da TV Aratu e TV Itapoan.

No período da pandemia da covid-19, além da exposição ao vírus, jornalistas estiveram em campo combatendo a desinformação, na tentativa de levar informação de qualidade e credibilidade à população. Já nas eleições de 2022, a liberdade de imprensa esteve em jogo, quando os profissionais foram alvos de Fake News, agressões e tentativas de descredibilização.

O jornalista Henrique da Mata falou sobre a importância de continuar a luta pelo jornalismo de qualidade e citou a Proposta de Emenda à Constituição nº 33/2009, também conhecida como PEC dos jornalistas, como uma reivindicação importante da categoria pela exigência do diploma de nível superior para o exercício da profissão.

“São muitos os desafios que a nossa categoria tem enfrentado nos últimos anos, desde violência contra os profissionais, na luta contra a desinformação até a defesa do diploma para o exercício da profissão em nosso país, um enorme absurdo que foi protagonizado, em 2009, pelo ministro Gilmar Mendes. Diante de tudo isso, nesse dia temos que renovar as energias e continuar a luta em favor do papel essencial do jornalismo em uma sociedade que acredita na democracia”, disse.

Jornalista Henrique da Mata

Na última terça-feira (4), a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) lançaram a “Rede de Combate à Violência Contra Profissionais de Imprensa”, a iniciativa busca inibir qualquer tipo de violência contra os profissionais da imprensa, garantir a exposição pública dos agressores e respondê-las com rigor.

Bruna Calazans | Redação MercadoEPolítica

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