De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o avanço de 3,8% no volume vendido pelo comércio varejista no país em janeiro foi o mais acentuado para o mês desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, em 2000. Levando em consideração todos os meses do ano, a taxa foi a mais elevada desde julho de 2021, quando o varejo cresceu 3,9%.
Segundo Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE, parte da expansão no varejo é explicada por uma base de comparação baixa. O avanço ocorre após dois meses de quedas: em novembro e dezembro de 2022, as vendas acumularam uma perda de 3,5%. O saldo positivo em janeiro é pequeno perto da perda anterior, avaliou Santos.
Sete das oito atividades que integram o comércio varejista, registraram expansão nas vendas em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022:
- Tecidos, vestuário e calçados (27,9%);
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (7,4%);
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,3%);
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%);
- Combustíveis e lubrificantes (1,5%), Móveis e eletrodomésticos (1,3%);
- Livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%).
A única atividade com retração foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,2%).
O pesquisador enumerou uma série de fatores que também contribuíram para a disseminação de resultados positivos entre as atividades pesquisadas. A desvalorização do dólar ante o real beneficiou a atividade de equipamentos de informática e comunicação, por exemplo, enquanto vestuário, que vinha de uma sucessão de quatro meses de quedas nas vendas, foi puxado pelo “fenômeno de promoções de verão, com queda efetiva nos preços”.
Santos ressalta ainda que o varejo também foi impulsionado por uma menor pressão inflacionária e por uma expansão do crédito para pessoas físicas.
Redação