Mesmo com a alta do dólar, os brasileiros estão retomando as viagens ao exterior nos últimos meses. Desde abril, os gastos em outros países estão em aceleração, na esteira do avanço da vacinação contra covid-19 em todo o mundo.
Dados do Banco Central mostram que, em setembro, as despesas no exterior somaram US$ 473,6 milhões, uma alta de 57,08% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado.
O valor é bem menor que o US$ 1,33 bilhão de setembro de 2019, quando ainda não havia a pandemia, mas já sugere uma recuperação após o período mais crítico de isolamento.
A retomada das viagens é justificada em grande parte pelo avanço da vacinação, que faz com que as famílias se sintam mais seguras na hora de viajar.
Ao mesmo tempo, conforme a economista Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), muitas famílias formaram uma reserva no último ano, já que deixaram de viajar. Agora, com a reabertura dos países, é natural que elas retomem os roteiros.
“Fizemos um levantamento com mais de 800 brasileiros sobre sua situação financeira. Famílias com renda mensal alta, de mais de dez salários mínimos, reduziram suas despesas na pandemia. Elas mantiveram seus empregos e economizaram, porque viajaram. Agora é possível que estejam com vontade de viajar, para desestressar”, comenta Claudia Yoshinaga, professora da FGV.