O deputado estadual pelo Psol-BA, Hilton Coelho, criticou o silêncio da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) ao eleger a esposa do ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
As eleições para a corte do contas ocorreu na tarde de ontem (8) e elegeu a enfermeira Aline Peixoto com 40 votos, contra 19 do seu adversário, o ex-deputado estadual Tom Araújo (União).
Ao subir à tribuna, o deputado Hilton Coelho indagou os pares. “Eu quero perguntar aqui se alguém tem coragem de negar que essa candidatura nasceu por esse interesse pessoal do ex-governador, se transformou no interesse dos partidos que apoiam e agora foi transformado numa questão de governo aqui nessa Casa. Acho que a Casa não pode mergulhar nessa desmoralização que está se submetendo o atual ministro Rui Costa. Porque é uma vaga explicitamente da Casa, e ela precisa ter uma relação direta com afirmação da idoneidade, com afirmação da impessoalidade e com afirmação da moralidade pública”, argumentou o parlamentar.
Para o deputado, a indicação do nome de Aline, de 40 anos, “é uma candidatura ao meu ver afirmada na perspectiva particularista do interesse do ex-governador do estado da Bahia”. Segundo Hilton, as duas candidaturas apresentadas representam “a velha política” e, portanto, não representam os ideais do seu partido.
Sobre o argumento utilizado por Aline durante sabatina do TCM, de que a corte precisa ser representada também por mulheres, Hilton esclareceu que “nós votaríamos numa candidata mulher, se fosse a deputada Olívia Santana que infelizmente não está aqui agora, nós votaríamos com alegria redobrada, estaríamos aqui comemorando a vitória da companheira Olívia Santana, caso ela tivesse uma maior votação”.
E completou dizendo que “nós temos um Tribunal de Contas extremamente machista, 7 conselheiros e um suplente homem, é uma vergonha para a Bahia, de fato. No entanto, nós não podemos fechar os olhos para o que acompanha essa candidatura”, criticou.
Ao final do discurso, o parlamentar revelou voto nulo. Além dele, outros três deputados optaram pela anulação do voto.
